As origens judaicas sefaraditas da Família Carneiro.

A família Carneiro é de comprovada origem judaica sefaradim e anussim, sendo a mesma originária da cidade espanhola de Toledo onde era conhecida como CARNEIROL. Devido à diáspora sefaradita que foi provocada pelas perseguições da “Santa inquisição” Cristã à mesma, já por volta dos séculos XIV e XV começou a se espalhar pelas localidades de Arranche na Espanha e Lisboa, Bragança, Évora, Lagos, Beja, Olivença e Monção em Portugal. Posteriormente esses se instalaram em sertões, agrestes e localidades mais isoladas tanto do Brasil como em países de língua latina.

Não é difícil encontrar membros dessa família com características tradicionais de isolamento e abertura familiar somente para famílias que andam sempre juntas a ela, como por exemplo, os Bezerra, Lima, Cordeiro e outras.

Muitas outras tradições ainda são mantidas juntamente com algumas “lendas” sobre judaísmo dentro da família, transmitidas somente a alguns sobrinhos e netos. Somente uma parte da Família Carneiro hoje procura as origens e tradições de sua família originalmente Judaica Hispânica. Como na Espanha, por volta da época do surgimento dessa família, havia um contato muito grande com os árabes, parte das vestimentas e musicas são fortemente influenciada pelas tradições mais antigas dos semitas. Parte dessa família teve variação de nome e foi levada a países árabes e lá mantiveram dialetos próprios da Espanha e com forte ligação física, tradicional e musical com os sefaraditas do Norte e Nordeste do Brasil. Muitos Judeus do Yemem e Marrocos afirmam ligações com as famílias vindas da Espanha e a tradição sefaradi/árabe dos Sefaraditas do Brasil. Nesses lugares de língua latina, os Judeus serafaditas passaram a adotar a grafia atual para seu sobrenome (apelido).

Mas na verdade CARNEIRO no seu sentido original era um apelido de família usado comumente entre os judeus como código para identificar a as origens da linhagem israelita dos portadores deste, que acabou por se tornar sobrenome devido a exigências laicas e jurídicas.

Sua adoção por seus portadores se deveu pelo fato dele conseguir por transliteração reproduzir a estrutura do radical hebraico da palavra aramaica KADISH para CARNEIRO que para sua variante CORDEIRO seria o termo hebraico CÓDESH que são ambos variantes da palavra hebraica CADOSH , significando ambas as palavras ‘‘santo’’ nessas línguas. Cabendo ressaltar que KADOSH/CADOSH ou BEN CADOSH / BEN KADOSH, era o antigo nome de uma família sefaradita residente em Toledo na Espanha na antiguidade.

Cabendo ressaltar que KADOSH/CADOSH ou BEN CADOSH / BEN KADOSH, eram apelidos de família em língua hebraica adotada por um dos ramos dos Cohanin, ou membros da linhagem sacerdotal que se estabeleceram em Toledo na antiguidade. E o fato de tal apelido significar ”santo”, deve-se aos mesmos ser um indicativo da condição espiritual que deveria ter um sacerdote ou Cohen (Cunha) para ministrar os sacrifícios diante de Elohim no sistema de culto Sacrificial no templo (Beit HaMikdash).

E é justamente também com relação ao fato do significado transliterado por trás do sobrenome CARNEIRO /CORDEIRO (kadish/codésh = cadosh), que quer dizer nas línguas aramaico-hebraica, faladas pelos antigos judeus sefaraditas (provavelmente vindos da Ásia Menor) ”Santo” esta relacionada com a condição espiritual/funcional do sacerdote ou Cohen para ministrar os sacrifícios, que vem a segunda linha de reforço na interpretação deste sobrenome sefarad como de origem sacerdotal.

A adoção do mesmo pelos ancestrais judeus sefaradim dessa família se deveu também ao fato de que um dos animas sacrificados pelos sacerdotes no culto do antigo Israel era justamente os Afikônem ou Cordeiro/Carneiro sacrificado especialmente na Páscoa.

As origens judaicas sefaraditas desta família também são comprovadas por dois fatores, o primeiro é porque a mesma é originária da cidade Espanhola de Toledo, que segundo os estudos e comentários explicativos sobre o Livro dos Reis de Don Isaac Abravanel no século XVI, Toledo foi a primeira grande cidade, juntamente com Sevilha, Laredo; Málaga; Tarragona; Lucena; Murviedo; Escalona; Noves; Maqueda; Yepes e Mérida que foram fundadas por famílias judaicas provenientes da Terra de Israel, e pertencentes às tribos de Judá, Benjamim, Manassés, Simeão, Levy e Classe Sacerdotal dos Cohanim, que se estabeleceram na Península Ibéria fugindo das conquistas de Judá e Jerusalém por Nabucodonosor, o rei da Babilônia.

O que não é nada espantoso, pois serve para atestar sua comprovada origem Israelita, já que na cidade de Toledo, foi onde existiu durante a antiguidade e idade media, a maior comunidade Judaica/Israelita sefaradim

Conseqüentemente na perseguição, também “Anussim” da Espanha e de toda a península ibérica, sendo que quase 80% das famílias sefaraditas ou até mesmo de origem sefaradita tem suas raízes nessa cidade.

E o segundo fator é que vários de seus membros foram acusados, processados, julgados e condenados como judaizantes pelos tribunais da inquisição de Lisboa e Lima. Os acusados foram queimados, mortos, torturados, suas famílias isoladas, seus bens espoliados, perderam o contato com estudos e suas origens. O castigo da maioria dessas famílias descendentes dos acusados de judaísmo pela inquisição foi servir como homens do campo nos sertões interiores e áreas agrárias do Brasil. Vivendo am áreas isoladas.

Sobre o porque de apesar de serem de origem sacerdotal (cohahin e levin), os nomes das famílias que deram origem ao sobrenome (Apelido) CARNEIRO/CARNEIROL /CORDEIRO / CORDERO; (KADISH/ CODÉSH/CADOSH) não serem precedidos ou seguidos das expressões Cohen ou HaLevy, que são por tradição adotados pelos descendentes masculinos dos sacerdotes do Templo de Jerusalém, tal fato ocorre porque até a destruição do Templo pelos Romanos no ano 70 E.C, Cohen e Levy, não tinham função de sobrenome, mas eram utilizados para denominar duas das três castas religiosas (da tribo de Levi, ou Levytas) nas quais se encontra dividido o povo de Israel para efeitos de realização rituais da liturgia de culto Israelita, sendo essa três castas por ordem de importância: Cohen; Levy e BenYisrael.

Os Cohen aqueles descendentes diretos do sumo sacerdote Aharon (Arão). Os Levy descendem dos sacerdotes auxiliares os levitas que pertencem à tribo de Levy. Os Binei Yisrael ou filhos de Israel englobam tantos os judeus que não conseguem traças historicamente sua ligação a uma das demais tribos israelitas como aquelas pessoas que se “converteram ao judaísmo” e que também são chamadas Ben-Abraham, com referência às promessas que Elohim fez a Abrahan em Bereshit (Gênesis)12: 2-3.

Exemplos de outras variações

E é justamente devido a essa mesma regra pela qual os nomes adotados pela família sefaradita que deram origem aos sobrenomes CARNEIRO/CARNEIROL/CORDERO/CORDEIRO, não serem precedidos ou seguidos das expressões Cohen ou HaLevy, que são por tradição adotados pelos descendentes masculinos dos sacerdotes do Beit Hamikdash de Jerusalém também é válida para os demais sobrenomes originais das seguintes famílias de origem judaica sefaradim que são também de linhagem sacerdotal:

Haiym que deu origem por tradução aos sobrenomes Vital, Vidal, Vida, Vivones; Ben-Querós que de origem por transliteração aos sobrenomes Queiroz, Queiróis, Queiroga; Bar Natahn em aramaico ou Ben Natahn em hebraico e que deu origem por transliteração aos sobrenomes Antunez e Antunes; Cohen Naar ou Naar que deu origem por tradução de sua última parte (Naar) aos sobrenomes Ribeiro, Ribeira, Ribeyro, Ribeyra, Rivero, Rivera, Vieira, Vieyra; Betzur que deu origem por tradução ao sobrenome Rocha e Por transliteração ao sobrenome Bezerra; Baruch que deu origem por tradução aos sobrenomes Bento e Batista; Benveniste que deu origem por tradução ao sobrenome Benvindo; Beraca e Brakah que deram origem por transliteração ao sobrenome Braga; Ha-Levy que significa ”O Levita” e que deu origem por transliteração aos sobrenomes Oliveira ( O -LV), Levi, Leivas, Lavor e até mesmo Vilela que é La Levi = Alevi, em castelhano e escrito de trás para frente; Lael que é sobrenome levita e deu origem a Leal que é ele escrito também de trás para frente; Abenaçaya, Abençaya, Abencaya, Abenasaya, Aben Sala, Açaya, Aça, Asaya, Asa, Çaah , que por transliteração originaram as atuais formas Saa / Sá; Remaliyaú ou Remalías que deu origem por transliteração ao sobrenome Ramalho; Bar Rosh que deu origem por transliteração ao sobrenome Barros; Gattom que deu origem por transliteração ao sobrenome Gato; Ben Soussan que deu origem por transliteração de sua última parte aos sobrenomes Sosa, Sousa e Souza; Hazan que deu origem como forma de apelido de família aos sobrenomes Homem, Hombre , Henriques e Henriquez; Ben Soher que deu origem por transliteração aos sobrenomes Soeyro, Soeiro, Soares, Suares, Suarez e o galego Xuarez; Faraira que deu origem ao sobrenome Pereira; HaCohen Lara que por redução deu origem ao sobrenome Lara; Cohen Cuna que deu origem por redução e fusão de Cohen + Cuna ao sobrenome Cunha; Sekher (gurrda do templo) que originou os sobrenomes Sequerra, Siqueira e Cerqueira, etc. E assim por diante.

Devemos também aqui ressaltar nas comunidades judaicas de origem ou descendência Sefarad existe e sempre existiu um número bastante elevado e até maior que entre os Ashkenazim, de famílias descendentes dos Cohanim e Levitas.

Os representantes e fundadores da família CARNEIRO no Brasil formam uma linhagem conhecida como CARNEIRO LEÃO e LEÃO CARNEIRO, a qual possuía pares de sua descendência como sendo sacerdotal ou da tribo de Levy do ramo dos sacerdotes ou Cohanim, a qual é identificada diretamente e simbolicamente pelo fato do carneiro/cordeiro, adotado como apelido e simbolo de família, ser um dos animais que eram sacrificados pelos sacerdotes/Cohanin, inclusive no sacrifício de purificação dos mesmos, segundo o rito da Toráh.

Já a outra parte ou linhagem ou do ramo dessa mesma família que veio para o Brasil estava ligada à tribo de Judá, pois tinha adotado como apelido (sobrenome) de família na idade média o nome do animal que era o estandarte dessa tribo na antiguidade, o leão.

Os dados sobre as origens judaicas dos sobrenomes de família sefaradim e também conhecidas famílias “anussim” citados nesse texto foram colhidos dos seguintes livros que são fontes de pesquisa histórica- genealógica para a identificação de famílias judaicas de origem sefaraditas:
1.Vínculos de Fogo, de Alberto Dines
2. Heréticos e Impuros -A Inquisição e os Cristãos -Novos no Rio de Janeiro , de Lina Goreisntein Ferreira da Silva
3. Os Batizados em Pé, de Elias Lipiner
4. Heréticos e Impuros -A Inquisição e os Cristãos -Novos no Rio de Janeiro , de Lina Goreisntein Ferreira da Silva
5.Sephardic Surnames Reference Lis of International Federation of Messianic Jews; Jeff Malka. , B. Nahman e Rabbi Haim Levi
6.Portuguese and Sephardic genealogy, de Harry Stein.
7. O Brasonário Português e a Cultura Hebraica , de Moisés Espírito Santo
8. Dicionário fenício-português :10 000 vocábulos das línguas e dialectos falados pelos fenícios e cartagineses desde o século XXX A.C., englobando o fenício, o acadiano, o assírio e o hebraico bíblico, de Moisés Espírito Santo
9. Gente da Nação.Um Dicionário do Judeus Residentes no Nordeste (1630-1654), de José antônio goncalves de Mello
10. Caderno de Brit-Milah de Alepo entre 1861 e 1941, de Dodi Horari Sasson
11. Lista dos mebros da sinagoa Sefardita de londres , de George Anticoni
12. A History of the Jews in christian Spain, de Yitzhak Baer
13. Caderno de Brit-Milah de Alepo entre 1861 e 1941, de Dodi Horari Sasson
14.Os Judeus na Amazônia, de Samuel Benchimol
15.Os Judeus Ciclo da Borracha, de Samuel Benchimol
16. Los Hijos de Ibero-Franconia. Breviario del mundo Sefaradi desde las Origenes hasta Nuestros dias, de Nissin Elnecavé
17. A Inquisição em Minas Gerais no Seculo XVIII, de Neusa Fernandes
18. Avoytanu, de Gary Mokotoff.
19. Ha-Lapid, do Cap Arthur Carlos de Barros Bastos
20. Raízes Judaicas do Brasil -Os Arquivos Secretos da Inquisição, deFlávio Mendes de Carvalho
21. Inquisição. Prisioneiros do Brasil , Séculos XVI-XIX, de Anita Waingort Novinsky
22. Memórias Históricas e Arqueológicas do Distrito de Bragança, de Francisco Manoel Alves
23. Inquisição- Rol dos Culpados, de Anita Waingort Novinsky
24. Apellidos Sefardies mas Frecuentes, de Paul Armony
25. Lists of 7300 Names of Jewish Brides and Grooms who Married in Izmir Between the Year 1883-1901 and 1918-1933, de Dov Cohen
26. Lista dos Moradores de Toledo Pré-Expulsão de 1492
27. Secrecy and Deceit: The Religion of the Crypto-Jews, David Gitlitz
28. Os Marranos em Portugal, Arnold Diesendruck
29. A Origem Judaica dos Brasileiros, José Geraldo Rodrigues de Alckmin Filho
30. Os Nomes de Família dos Judeus Creolos, estudo de Arturo Rab
31. Lista de Cristãos-Novos Residentes nas Minas Gerais, estudo do Rabino Marcelo Miranda Guimarães
32. Memorial Brasil Sefarad , de Yacov DaCosta.
33. Há Restauração para os Marranos e Cristãos-Novos Brasileiros, os separados da Casa de Israel? , de Marcelo Miranda Guimarães
34. Os Marranos e a Diáspora Sefaradita, de Hélio Daniel Cordeiro
35. Dicionário Sefardita de Sobrenomes, de Guilherme Faiguenboim, Anna Rosa Campagnano e Paulo Valadares
36. Marranos Brasileiros, de Isaac Izecksohn
37. Jewish Historical Society of Englnad, de W. S. Samuel
38. Os Judeus no Brasil Colonial, de Arnold Wiznitzer
39. History of the Marranos, Cecil Roth
40. Sangre Judia, Pere Bonnin
41. 38 Secrecy and Deceit: The Religion of the Crypto-Jews, David Gitlitz
42. Os Marranos em Portugal, Arnold Diesendruck
43. A Origem Judaica dos Brasileiros, José Geraldo Rodrigues de Alckmin Filho
44. Os Nomes de Família dos Judeus Creolos, estudo de Arturo Rab
45. Memorial Brasil Sefarad, de Yacov Da Costa

Judeus Sefaradim

História

Os judeus sefarditas são aqueles que descendem dos judeus que habitaram Portugal e a Espanha durante a Idade Média. A palavra Sefarad (ספרד) é o nome hebraico dado à província romana da Hispania, que corresponde à Península Ibérica. Os judeus começaram a habitar essa região na Antiguidade, talvez ainda na época da destruição do Primeiro Templo de Jerusalém, mas não se sabe ao certo. Sabe-se que entre as primeiras ondas migratórias, o maior volume se deu após a Primeira Guerra Judaico-Romana, quando as forças de Israel se rebelaram contra o Império Romano e perderam, sendo levadas para outras províncias romanas como punição.

 

Os sefaradim permaneceram na Península Ibérica até o final do século XV, quando os reinos católicos se tornaram criticamente intolerantes aos judeus, dando a eles a opção de se converterem ou saírem do reino para serem poupados da morte. Várias famílias se converteram publicamente, mas mantiveram suas tradições em segredo na vida privada, tornando-se criptojudeus. Para os católicos, todos os judeus que aceitaram a conversão foram chamados de cristão-novos. Já as comunidades que recusaram a conversão e fugiram da Ibéria se estabeleceram principalmente no Norte da África e no Oriente Médio, regiões que já eram habitadas historicamente por judeus, e espalharam a tradição cultural sefardita para outros grupos judaicos como os mizrahim.

 

O DNA sefardita chegou até o Brasil por meio dos cristãos-novos, que participaram das Grandes Navegações junto aos primeiros colonizadores portugueses, alguns inclusive mantendo suas tradições judaicas em segredo. Os cristãos-novos continuaram migrando para o Brasil durante toda a era colonial e seguiram fazendo isso também na era imperial. Um segundo momento de destaque para a entrada de judeus sefarditas no Brasil foi durante a ocupação holandesa de Pernambuco. Várias famílias sefarditas expulsas da Península Ibérica encontraram abrigo em Amsterdã. Quando os holandeses tentaram estabelecer uma colônia no Nordeste, vários judeus atravessaram o Atlântico para tentarem uma vida no Novo Mundo como artesãos e profissionais especializados.

 

Para melhor compreensão de suas origens e interpretação dos resultados, recomendamos a assessoria com nosso historiador parceiro.

Judeus Ashkenazim

História

 

Os judeus asquenazes são um grupo étnico e cultural que, a partir do século VII, se estabeleceu ao longo do rio Reno, na França e na Alemanha, e se espalhou para o norte e leste europeu ao longo da Idade Média. Eles descendem dos judeus que começaram a se estabelecer na Europa Ocidental após a destruição do Primeiro Templo de Jerusalém pelas mãos do Império Babilônico, no ano 586 AEC (antes da Era Comum). Durante a Idade Média, a palavra hebraica Ashkenaz (אַשְׁכְּנז) foi equiparada a “Germânia”, que é o nome histórico para a região que compreende a atual Alemanha, os Países Baixos, a porção oriental da França e parte da Áustria e da República Tcheca.

 

Apesar de originalmente habitarem às margens do Reno, as perseguições aos judeus na Europa ocidental que se intensificaram com o começo da Primeira Cruzada, no ano de 1096, promoveram a migração das comunidades asquenazes para o leste do continente, onde permaneceram, em sua maioria, até o século XX.

 

A presença de judeus asquenazes no Brasil começou a tomar forma no final do século XIX, quando constantes perseguições sofridas na Europa Central e Oriental forçaram inúmeras comunidades judaicas a buscarem a emigração para a América. Esse processo se intensificou à medida que o mundo se aproximava da metade do século XX, atingindo seu ápice no início da Segunda Guerra, quando a Polônia foi invadida pelas forças nazistas do Terceiro Reich. A Polônia é o país de origem da maioria dos ashkenazim brasileiros, mas a Alemanha, a Ucrânia, os Países Baixos e os Balcãs também são origens comuns. A maioria desses imigrantes se estabeleceu nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, locais que até hoje concentram a maior quantidade dos judeus brasileiros.

Como pesquisar seus ancestrais judeus

A cultura judaica sempre colocou uma forte ênfase na família e na importância de conhecer suas raízes. Se você tem ancestrais judeus, ou acredita que tenha, há muitos recursos disponíveis para te ajudar a aprender mais sobre eles. MyHeritage possui uma rica seleção de coleções de registros históricos particularmente valiosas para aqueles que pesquisam a história da família judaica.

Neste artigo, exploraremos o conceito de identidade judaica e tocaremos em pontos importantes a serem lembrados sobre a história judaica, depois mergulharemos nos registros judaicos disponíveis no MyHeritage e como pesquisá-los. Também exploraremos como o teste de DNA pode te ajudar a aprender mais sobre sua herança judaica.

O que é etnia judaica?

Enquanto a maioria das outras etnias estão principalmente ligadas a uma região geográfica específica, a identidade do povo judeu é um pouco mais complexa. As comunidades judaicas viveram e prosperaram em quase todos os continentes por muitos séculos, criando distintos subgrupos étnicos e culturais. Além do mais, embora o judaísmo seja frequentemente categorizado como uma identidade religiosa em vez de étnica, na verdade é ambos. Isso significa que as pessoas que nascem dentro de uma comunidade judaica ainda são consideradas judias, mesmo que pratiquem outra religião, e as pessoas sem herança judaica que se convertem à religião judaica também são consideradas judias.

A Estimativa Étnica de DNA do MyHeritage atualmente identifica 5 subgrupos étnicos judeus – mais do que qualquer outra empresa de teste de DNA:

  • Judeu Ashkenazi
  • Judeu sefardita – Norte da África
  • Judeu etíope
  • Judeu iemenita
  • Judeu Mizrahi – iraniano/iraquiano

Cada uma dessas etnias tem um conjunto completamente único de características culturais, incluindo geografia, história, cultura e idioma. No entanto, todos eles se identificam como um único grupo cultural que compartilha uma identidade abrangente que inclui história, cultura, idioma e assim por diante, que todos compartilham.

Por exemplo, os judeus Ashkenazi vêm de um grupo de judeus que viviam na área da França e da Alemanha no início da Idade Média e migraram para a Europa Oriental ao longo dos séculos em grande parte devido à perseguição. Eles falavam iídiche e outras línguas do Leste Europeu, como alemão, russo, ucraniano ou polonês, e sua cozinha era caracterizada pelos tipos de ingredientes mais prontamente disponíveis para eles: trigo, laticínios, ganso e outras aves, repolho, raízes e legumes.

Em contraste, os judeus sefarditas solidificaram sua identidade comum em “Sefarad”, o termo hebraico para a península ibérica. Depois que os judeus foram expulsos da Espanha em 1492 e de Portugal em 1497, eles se estabeleceram em áreas como Turquia, Grécia, Balcãs e Norte da África, e se tornaram a cultura judaica dominante nessas áreas. Eles falavam variantes de judaico-espanhol, bem como turco, grego, árabe e assim por diante. Suas cozinhas incorporavam sabores locais de ingredientes que eram mais fáceis de obter em climas mais quentes: várias ervas, arroz, especiarias, legumes frescos, leguminosas e azeite.

Mizrahi Jewish cuisine

Alguns alimentos que você provavelmente encontrará em uma mesa judaica sefardita ou do Oriente Médio

Apesar dessas diferenças, ambos os grupos – como todos os grupos judaicos – traçam suas raízes até os antigos Israel e Judá. Mesmo depois de se estabelecerem em diferentes áreas da Europa, judeus sefarditas e asquenazes rezavam e estudavam Torá em hebraico e aramaico, celebravam os mesmos feriados, aderiam às mesmas leis religiosas e transmitiam a mesma narrativa sobre sua história cultural. Havia variações: por exemplo, partes de seus cultos de oração diferiam e eles tinham costumes diferentes sobre aspectos ambíguos da lei judaica. Mas do ponto de vista antropológico e histórico, essas diferenças são insignificantes em comparação com a identidade judaica abrangente e coesa que eles compartilhavam.

Histórico relevante

O grande grau de diversidade dentro da cultura judaica torna difícil fornecer um histórico rápido que seja relevante para todos os subgrupos. É importante pesquisar a história específica da região de onde seus ancestrais vieram para que você possa entender o contexto histórico em que eles viveram. Isso é especialmente importante em regiões que mudaram de mãos com frequência ao longo da história – por exemplo, uma vila no que hoje é a Ucrânia pode ter feito parte da Polônia antes da Segunda Guerra Mundial..

Existem, no entanto, algumas características comuns que você deve ter em mente ao pesquisar a história da família judaica.

Até a Emancipação no século XIX, os judeus não eram realmente considerados “cidadãos” de nenhum país. Em alguns países, eram considerados propriedade do soberano; em outros, eram estrangeiros que tinham permissão para se estabelecer em uma região específica. Isso pode afetar como os registros de residentes judeus foram mantidos.

Enquanto os judeus que vivem em países cristãos sofreram mais violência e perseguição severa, aqueles sob o domínio muçulmano também não foram tratados como iguais. Judeus em ambas as áreas cristãs e muçulmanas eram geralmente altamente tributados e muitos aspectos de suas vidas eram restritos ou regulamentados, desde como eles podiam se vestir, até que comércios eles podiam se envolver e quão alto eles eram autorizados a construir suas estruturas comunitárias. .

Em alguns lugares, havia até cotas para o número de casamentos permitidos – o que levou a muitos casamentos “não oficiais” sendo realizados que nunca foram registrados pelas autoridades.

Encontrando registros judaicos no MyHeritage

Dado que o povo judeu era uma minoria espalhada por uma ampla faixa de regiões geográficas, pode ser um pouco complicado identificar coleções de valor para a genealogia judaica. Registros históricos de ancestrais judeus podem ser encontrados em coleções especificamente judaicas, mas também podem ser encontrados entre registros de outras minorias ou da população em geral – até mesmo registros de igrejas! Em algumas áreas, durante os séculos XVII e XVIII, as igrejas foram encarregadas de manter registros de todos na cidade, independentemente de sua religião.

O MyHeritage é o lar de uma série de importantes coleções e recursos judaicos. Entre as coleções de interesse significativo para os pesquisadores da herança judaica estão as seguintes:

Grécia, Registros Vitais de Corfu, 1841-1932: Não é uma coleção especificamente judaica, mas contém informações sobre uma comunidade judaica significativa na Grécia

Associação de Pesquisa Genealógica de Israel – IGRA: um índice de todos os tipos de registros (registros vitais, listas de eleitores, censos, etc.) que são de acesso gratuito no MyHeritage (enquanto você deve ser um membro do IGRA para pesquisar os registros no IGRA)

BillionGraves: O MyHeritage fez uma parceria com o BillionGraves para digitalizar todos os cemitérios em Israel e, embora esses registros também estejam disponíveis no BillionGraves, os recursos de pesquisa e correspondência entre idiomas do MyHeritage ajudam você a encontrar e entender inscrições em outros idiomas

Pedidos Obrigatórios de Naturalização da Palestina, 1937-1947

Avelim – Obituários israelenses

Lista Telefônica Eretz Israel, 1944

Memoriais judeus do Holocausto e residentes judeus da Alemanha 1939-1945 (grátis no MyHeritage)

Censo das Minorias Alemãs, 1939

Passaportes internos da Lituânia, 1919-1940

Letônia, Índice Interno de Portadores de Passaportes de Riga, 1918-1940 (grátis no MyHeritage)

Lista de partisans da Bielorrússia, 1941-1945

Nascimentos de Piotrków Trybunalski Polônia, (1808-1875), Mortes (1808-1888), Casamentos (1808-1870)

Eslováquia, Livros da Igreja e da Sinagoga, 1592-1910

Além disso, o MyHeritage tem uma parceria com a JewishGen, permitindo que os usuários acessem os registros deste recurso chave de genealogia judaica na plataforma MyHeritage.

Uma dica do nosso especialista em genealogia Daniel Horowitz é entrar no Catálogo de coleção e digite a palavra “judeu” na caixa de pesquisa:

Researching Jewish genealogy on MyHeritage’s Collection Catalog

Inserindo o termo “judeu” na caixa de pesquisa no Catálogo de Coleções

Isso produzirá resultados que incluem coleções com a palavra “judeu” tanto no título quanto na descrição. Você também pode tentar usar palavras-chave relacionadas adicionais, como “Israel” e “Holocausto”.

As coleções de jornais e livros do MyHeritage também contêm muitos recursos judaicos, como A crônica judaica. As coleções de anuários também contêm publicações de escolas e faculdades judaicas. Estes podem ser um pouco mais complicados de encontrar, mas eles aparecerão no Mecanismo de Pesquisa do MyHeritage quando você procurar por alguém mencionado neles, ou em Record Matches quando essa pessoa tiver um perfil em sua árvore.

Global Name Translation™ de registros judaicos

Um dos recursos que diferencia o MyHeritage como um recurso de genealogia é o Global Name Translation™, um recurso que permite pesquisar registros em outros idiomas e sistemas de escrita usando seu idioma nativo. O algoritmo identifica o nome que você procura em idiomas adicionais e extrai resultados de registros nesses idiomas e os traduz de volta para seu idioma para você.

Aprender a ler o alfabeto hebraico — ler os nomes em hebraico e iídiche — é uma vantagem para a pesquisa de genealogia judaica, mas a Global Name Translation™ evita o problema. Esse recurso também é particularmente útil para pesquisar registros judaicos na Europa Oriental escritos em russo ou ucraniano, ou da Grécia escritos em grego.

DNA judaico no MyHeritage

Outra avenida que o MyHeritage oferece para pesquisar sua herança judaica é o teste de DNA.

O teste de DNA do MyHeritage oferece os resultados de etnia judaica mais diversificados e detalhados do mercado, com 5 grupos étnicos judeus e 55 grupos genéticos de origem judaica.

Em termos de correspondência de DNA, o MyHeritage possui um dos maiores bancos de dados de DNA do mundo e oferece ferramentas de ponta para classificar, organizar e analisar suas correspondências de DNA para obter informações sobre sua história familiar.

O DNA judaico prova ascendência judaica?

Os resultados de etnia judaica, é claro, sugerem herança judaica, especialmente se a porcentagem de DNA judaico em seus resultados estiver acima de 6%. No entanto, é importante lembrar que a estimativa de etnia é apenas isso – uma estimativa. Ter a etnia judaica em seus resultados significa que uma certa porcentagem de seu DNA compartilha características com pessoas de origem judaica, mas não é uma prova definitiva de que você é descendente de judeus.

A única maneira de provar a ascendência judaica é conectar sua árvore genealógica a ancestrais historicamente confirmados como judeus. O DNA pode te ajudar com isso, te conectando com Correspondências de DNA com quem você pode compartilhar um ancestral de herança judaica confirmada.

Endogamia e DNA judaico

Se você é descendente de judeus, é importante levar em conta que as comunidades judaicas – especialmente, mas não apenas, as comunidades judaicas Ashkenazi – têm sido historicamente endogâmicas. Como as pessoas nessas comunidades se casam entre si, os judeus geralmente compartilham mais DNA entre si do que a média, e isso significa que as relações com as correspondências de DNA podem parecer mais próximas do que são.

À luz disso, ao analisar suas correspondências de DNA, preste atenção especial ao comprimento de segmentos compartilhados em vez da quantidade total de DNA compartilhado. Um único segmento mais longo de DNA compartilhado é um indicador mais forte de um relacionamento rastreável do que muitos segmentos curtos.

Para se aprofundar na pesquisa da ancestralidade judaica, consulte os seguintes recursos da Base de conhecimento:

Encontrando registros judaicos no mecanismo de busca MyHeritage: webinar por Daniel Horowitz

Pergunte ao especialista – Recursos judaicos no MyHeritage: webinar por Ellen Kowitt

Cristão-novo: Como descobrir se seus ancestrais eram conversos: artigo de Daniella Levy

Acesse myheritage.com.br/research para começar a pesquisar seus ancestrais judeus hoje.